A novidade era o máximo
De tudo o que eu não entendia
A fome expiada na oração
A luxúria, na plantação
Tinham mais comida do que precisavam
Enquanto a novidade vinha dar as caras
Uma novidade ainda rara
De uma vontade que já se ia
A novidade ia passando a olhos nus
Num período em que o mínimo era tudo
E o que eu tenho agora é nada
Um máquina descontrolada governa meu destino
A novidade é uma faca afiada
Apontada para a pobreza
Ah, Gilberto Gil e uma de suas músicas mais geniais
domingo, 16 de dezembro de 2012
Nada a declarar
Escutava com paciência cada segundo passar
Enquanto a paisagem se mexia a olhos vistos
A onde está indo cada pedaço desta cidade?
Onde posso encontrar um pedaço de mim?
Era um sorriso que abria o mundo
Que se repetia em cada face nova
Que se esvaia em cada passo em direção ao futuro
Que se extinguia como a chama na floresta
Eles corriam freneticamente trazendo o progresso
Fingiam que o bem maior estava por vir
E diziam que um pedaço de papel validava tudo
Eu, paciente da situação,
Aguardava o doutor que me disse
Não tenho nada a declarar
Quando a técnica é sobrepujada pela vontade.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
A falta
Não é separação, quando dois ainda se gostam
Não é tempo se os dois ainda querem se ver
Não é medo se o que se sente é prazer
Não é mesmo, mesmo se assim acabe
De longe, a chuva vem molhando a janela
De perto, o vento traz o arrepio
Frio é estar longe de quem se quer bem
Estar longe, mesmo sendo o último
Ser distante, quando o próximo está perto
Saudade, que quer que signifique aos outros
Em mim, meu pedaço a menos
Enfim, ele volta crescendo
No fim, como um ramo de árvore em busca do sol
A falta que a falta faz.
domingo, 22 de julho de 2012
In nome dell'amore
Caminavo tranquila nel parco e ho pensato
Che bella mattina! Il vento nel viso e le parole nella testa
Mi sentivo leggera como il tempo
Stavo ricordando di ieri sera
Lui mi ha chiamato e quando ho girato per vederlo
Nostri occhi si hanno fermato insieme
Un baccio caldo, le mani tremule
É stata la prima volta in che ci conosciamo in verità
Circa noi, solo la nostra intimità e i nostri amici
Parlavano delle bugie sull'innamorati
E se quando finisce l'amore rimane amicizia
Ieri sera, le persone nella sala da pranzo
Erano occupati di nascere e morire
D'amore
Grazie, Rita Lee.
Versão em português:
Em nome do amor
Caminhava tranquila no parque e pensei
Que bela manhã! O vento na cara e os pensamentos na cabeça
Me sentia leve como o tempo
Estava me lembrando de ontem à noite
Ele me chamou e quando girei para vê-lo
Nossos olhos pararam juntos
Um beijo quente, as mãos trêmulas
Era a primeira vez em que nos conhecíamos de verdade
Próximos a nós, só a nossa intimidade e os nossos amigos
Falavam das mentiras sobre os namorados
E se quando acaba o amor, fica a amizade
Ontem à noite, as pessoas na sala de jantar
Estavam ocupadas em nascer e morrer
De amor
Obrigado, Rita Lee. Tá, esse não passou no meu senso de estar bem escrito, mas eu queria treinar meu italiano, hehe. Era um tema muito melhor para um conto, mas por hora ficará assim.
Che bella mattina! Il vento nel viso e le parole nella testa
Mi sentivo leggera como il tempo
Stavo ricordando di ieri sera
Lui mi ha chiamato e quando ho girato per vederlo
Nostri occhi si hanno fermato insieme
Un baccio caldo, le mani tremule
É stata la prima volta in che ci conosciamo in verità
Circa noi, solo la nostra intimità e i nostri amici
Parlavano delle bugie sull'innamorati
E se quando finisce l'amore rimane amicizia
Ieri sera, le persone nella sala da pranzo
Erano occupati di nascere e morire
D'amore
Grazie, Rita Lee.
Versão em português:
Em nome do amor
Caminhava tranquila no parque e pensei
Que bela manhã! O vento na cara e os pensamentos na cabeça
Me sentia leve como o tempo
Estava me lembrando de ontem à noite
Ele me chamou e quando girei para vê-lo
Nossos olhos pararam juntos
Um beijo quente, as mãos trêmulas
Era a primeira vez em que nos conhecíamos de verdade
Próximos a nós, só a nossa intimidade e os nossos amigos
Falavam das mentiras sobre os namorados
E se quando acaba o amor, fica a amizade
Ontem à noite, as pessoas na sala de jantar
Estavam ocupadas em nascer e morrer
De amor
Obrigado, Rita Lee. Tá, esse não passou no meu senso de estar bem escrito, mas eu queria treinar meu italiano, hehe. Era um tema muito melhor para um conto, mas por hora ficará assim.
sábado, 26 de maio de 2012
Sente-a
Beija eu
Seja eu
Veja eu e então beija
O que é seu é seu
O seu olhar é seu
O seu beijo
É o seu olhar
O seu olhar é seu
Seu olhar melhora
O meu e o seu
O seu olhar
Beija eu
Deixa eu
Meu olhar no céu
Foi o que se escondeu
Então leia eu
Risca eu
Lembra eu
E lembra do que aconteceu
E só fica comigo
Se eu seja eu
Obrigado Marisa Monte e Arnaldo Antunes. Sua arte me faz melhor. Fico feliz de que eu não consigo querer mal, e mesmo que possa ter acabado, o que foi passado será lembrado. Felizmente não digo que adoro uma pessoa e subitamente não a quero bem. Nunca esqueça, quando estiveres com uma pessoa de quem gostas, sente-a, ;) and keep sweet...
Seja eu
Veja eu e então beija
O que é seu é seu
O seu olhar é seu
O seu beijo
É o seu olhar
O seu olhar é seu
Seu olhar melhora
O meu e o seu
O seu olhar
Beija eu
Deixa eu
Meu olhar no céu
Foi o que se escondeu
Então leia eu
Risca eu
Lembra eu
E lembra do que aconteceu
E só fica comigo
Se eu seja eu
Obrigado Marisa Monte e Arnaldo Antunes. Sua arte me faz melhor. Fico feliz de que eu não consigo querer mal, e mesmo que possa ter acabado, o que foi passado será lembrado. Felizmente não digo que adoro uma pessoa e subitamente não a quero bem. Nunca esqueça, quando estiveres com uma pessoa de quem gostas, sente-a, ;) and keep sweet...
domingo, 13 de maio de 2012
Máscara
Estava sozinho há tempos
Idéias, vontades e desejos não são companhias
E quando dançar se torna uma forma de se relacionar
Escrever se torna uma forma de fugir
Quando eu acho que devo avançar
Tu te escondes e parece que nada é sério
E quando eu recuo, sem saber o que fazer
O ataque é rápido, me perco em nós
Podes ser complicada, confusa, ilógica
Distante, arredia, intensa
E o que faço? Paro de pensar.
Te sinto!
Sem medo e sem pudor
E assim, no Brasil, acaba o monopólio da correspondência. Uma paixão nova, uma sensação nova.
Idéias, vontades e desejos não são companhias
E quando dançar se torna uma forma de se relacionar
Escrever se torna uma forma de fugir
Quando eu acho que devo avançar
Tu te escondes e parece que nada é sério
E quando eu recuo, sem saber o que fazer
O ataque é rápido, me perco em nós
Podes ser complicada, confusa, ilógica
Distante, arredia, intensa
E o que faço? Paro de pensar.
Te sinto!
Sem medo e sem pudor
Te adoro
Cada vez mais te conheço
Cada vez mais me conheçoCada vez mais te conheço
E assim, no Brasil, acaba o monopólio da correspondência. Uma paixão nova, uma sensação nova.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Toda forma de prazer
Eu não presto atenção no que eles dizem,
Eles não dizem nada, não sabem de nada
Maluf e Sarney tiram sarro
De você que não faz nada
Toda forma de poder
Tudo passa, quem sabe eu passe por aí
E te faça lembrar tudo o que fiz
Tudo passa, eu vou passar aí
E te fazer esquecer
A força se repete
E faz a história mostrar as forças mal contadas
E eu começo a achar normal
Que algum exército atire bombas na faixa de gaza
O fascismo é ignorante
E faz a gente fascinante ignorada
Não me deixam ir adiante
Por que a coisa toda tá errada
Toda forma de poder
É uma forma de prazer por nada
Toda forma de poder
Em resposta aos arquitetos de tramandaí.
Eles não dizem nada, não sabem de nada
Maluf e Sarney tiram sarro
De você que não faz nada
Toda forma de poder
É uma forma de prazer por nada
Toda forma de disputa
Transforma a luta em palhaçada
Tudo passa, quem sabe eu passe por aí
E te faça lembrar tudo o que fiz
Tudo passa, eu vou passar aí
E te fazer esquecer
A força se repete
E faz a história mostrar as forças mal contadas
E eu começo a achar normal
Que algum exército atire bombas na faixa de gaza
Tudo passa, quem sabe eu passe por aí
E te faça lembrar tudo o que fiz
Tudo passa, eu vou passar aí
E te fazer esquecer
O fascismo é ignorante
E faz a gente fascinante ignorada
Não me deixam ir adiante
Por que a coisa toda tá errada
Toda forma de poder
É uma forma de prazer por nada
Toda forma de poder
É uma forma de prazer por nada
sábado, 3 de março de 2012
Calma
Tudo está em calma
Não há dor, fome ou tristeza
Nem maldade, inveja ou preocupação
O vento passa pelo meu rosto
É como a paz
Sabe quando aquele dedo se acarinha pelo rosto?
É como a paz
Calma, calma
Sempre que penso em ti
Minha vida se faz calma
Sensação tranquila
Que passa pelas minhas vontades
É calma
Que me guia com bondade
Calma ao ver o sol
Ao escutar o mar
Ao sentir teu olhar
Ao nos ver dançar
Ao caminhar na praia
Ao dividir
Ao multiplicar
Calma é estar em si e não em outro lugar
Calma é um pedaço de todas as coisas
Que te deixam calma
Não há dor, fome ou tristeza
Nem maldade, inveja ou preocupação
O vento passa pelo meu rosto
É como a paz
Sabe quando aquele dedo se acarinha pelo rosto?
É como a paz
Calma, calma
Sempre que penso em ti
Minha vida se faz calma
Sensação tranquila
Que passa pelas minhas vontades
É calma
Que me guia com bondade
Calma ao ver o sol
Ao escutar o mar
Ao sentir teu olhar
Ao nos ver dançar
Ao caminhar na praia
Ao dividir
Ao multiplicar
Calma é estar em si e não em outro lugar
Calma é um pedaço de todas as coisas
Que te deixam calma
Calma,
Não é preciso parar para sentir calma
É preciso ter calma para realmente se desligar
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Metamorfose
Durante o dia, acordei diferente
Era claro e me olhava tanta gente
Que ao me mexer para frente
Escorreguei e cai de repente
Meus pés estavam menores
Minhas mãos mais delicadas
Minhas idéias intricadas
Meus desejos melhores
E saber que a mudança não tem algozes
Faz-me ficar mais dona de mim
A aparência é uma mentira da sociedade
E mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira
Sr. Kafka, grato pela sua literatura. Uma pena não ter sido reconhecido vivo.
domingo, 8 de janeiro de 2012
Deixe as pedras rolarem
Quando eu corri o mundo
Me apedrejaram e gritaram
Que o demônio estava comigo
Minhas drogas eram de outros
E a violência era só uma forma de expressão
Quando eu mandei no mundo
O mundo se virou contra mim
E mandou por anos
Até que todas as pedras parassem de rolar
Às vezes você me pergunta
Porque eu não deixei as pedras rolarem?
Eu respondo:
Elas estão rolando dentro de mim.
Quando eu corri no mundo
A guerra era uma forma de arte
Amar o próximo
Não é amar apenas o próximo que te ama
Faça o bem
Sem ver a quem
E saiba que o que vem
É gentileza
Às vezes você me pergunta
Porque é que eu não deixei as pedras rolarem
Eu respondo:
Você empurrou as pedras sobre mim,
Ou não?
Let's rock'in roll.
Me apedrejaram e gritaram
Que o demônio estava comigo
Minhas drogas eram de outros
E a violência era só uma forma de expressão
Quando eu mandei no mundo
O mundo se virou contra mim
E mandou por anos
Até que todas as pedras parassem de rolar
Às vezes você me pergunta
Porque eu não deixei as pedras rolarem?
Eu respondo:
Elas estão rolando dentro de mim.
Quando eu corri no mundo
A guerra era uma forma de arte
Amar o próximo
Não é amar apenas o próximo que te ama
Faça o bem
Sem ver a quem
E saiba que o que vem
É gentileza
Às vezes você me pergunta
Porque é que eu não deixei as pedras rolarem
Eu respondo:
Você empurrou as pedras sobre mim,
Ou não?
Let's rock'in roll.
Amado
Quando eu vi os dias passarem
Pela janela o vento soprava novo
E o verde das folhas caia
Enquanto Roma estava fria
Os olhos são cúmplices de que algo se perdeu
O mundo cresce
E você se perdeu
Você me perdeu e não sabe porquê
Olha para os lados e não nos vê
Por quê?
Meu amigo não é deus
Por que deus não existe
Deus fica numa rocha
Longe de onde a gente vive
Minha amiga não é minha
Não porque esquece de mim
Mas porque esquece de si
Hoje, é só um pedaço de minha vida
Quantas vezes me fui amado
E você quis me mostrar como viver
Entretanto, no seu saber,
A vida corria mais rápido que você
Entenda, tive que abandonar
Para não me abandonar
Só então poderei retornar
Com meu sorriso pintado pela fantasia
Pela janela o vento soprava novo
E o verde das folhas caia
Enquanto Roma estava fria
Os olhos são cúmplices de que algo se perdeu
O mundo cresce
E você se perdeu
Você me perdeu e não sabe porquê
Olha para os lados e não nos vê
Por quê?
Meu amigo não é deus
Por que deus não existe
Deus fica numa rocha
Longe de onde a gente vive
Minha amiga não é minha
Não porque esquece de mim
Mas porque esquece de si
Hoje, é só um pedaço de minha vida
Quantas vezes me fui amado
E você quis me mostrar como viver
Entretanto, no seu saber,
A vida corria mais rápido que você
Entenda, tive que abandonar
Para não me abandonar
Só então poderei retornar
Com meu sorriso pintado pela fantasia
Ou não
Eu queria ter uns anos 60
Para gritar contra quem faz
Destruir muros
Construir idéias
Abraçar amigos
E desconhecer os mundos
Hoje eu conheço os mundos
E só posso gritar contra quem fez
Os mundos cresceram por sobre mim
Meu som é abafado
Pelo dinheiro de quem fez
Hoje, sou um escravo de ninguém
Sou metal contra seus escudos
Meus golpes são fracos
E minha jornada é dura
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Anos 60, 60 anos depois
As maiores potências do mundo
São multiculturais
Pois são várias nações unificadas pelo poder
Queria querer soprar setecentas mil vezes
Por mais de zil anos
Toda incompetência e intolerância
Para longe
Enquanto metais brasileiros
Navegam em navios ingleses
Para indústrias na China
Com tecnologia alemã
Para vender nos Estados Unidos
Eu meço minha força
Vejo os mundos e digo:
O mundo é maior do que eu.
Ou não.
Um rap-folk de origem árabe, cantado para eslavos nas terras de australianos com guitarras alemãs e tambores ruandeses.
Nós somos uns boçais.
Para gritar contra quem faz
Destruir muros
Construir idéias
Abraçar amigos
E desconhecer os mundos
Hoje eu conheço os mundos
E só posso gritar contra quem fez
Os mundos cresceram por sobre mim
Meu som é abafado
Pelo dinheiro de quem fez
Hoje, sou um escravo de ninguém
Sou metal contra seus escudos
Meus golpes são fracos
E minha jornada é dura
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Anos 60, 60 anos depois
As maiores potências do mundo
São multiculturais
Pois são várias nações unificadas pelo poder
Queria querer soprar setecentas mil vezes
Por mais de zil anos
Toda incompetência e intolerância
Para longe
Enquanto metais brasileiros
Navegam em navios ingleses
Para indústrias na China
Com tecnologia alemã
Para vender nos Estados Unidos
Eu meço minha força
Vejo os mundos e digo:
O mundo é maior do que eu.
Ou não.
Um rap-folk de origem árabe, cantado para eslavos nas terras de australianos com guitarras alemãs e tambores ruandeses.
Nós somos uns boçais.
É proibido proibir
É proibido proibir
Disse o garoto com uma bandeira na mão
Enquanto esperava um líder
Para erguer a sua paixão
Seus símbolos são mais importantes
Que os amigos que tem por perto
E ter um milhão de amigos
É viver na solidão
A luta é tão dual quanto seu pensamento
E estar de um lado
É odiar o outro
Enquanto todos querem a mesma paz
Enquanto o homem não estiver em paz consigo
Só verá guerra
E a paz será uma bandeira na lua
Conquistar a terra, o céu e o mar
É trinfar com uma riqueza inventada
Enquanto seus próprios valores definham
Aquele garoto com uma bandeira na mão
Deve estar pensando:
Não somos mais os mesmos
Mas vivemos como nossos pais
Disse o garoto com uma bandeira na mão
Enquanto esperava um líder
Para erguer a sua paixão
Seus símbolos são mais importantes
Que os amigos que tem por perto
E ter um milhão de amigos
É viver na solidão
A luta é tão dual quanto seu pensamento
E estar de um lado
É odiar o outro
Enquanto todos querem a mesma paz
Enquanto o homem não estiver em paz consigo
Só verá guerra
E a paz será uma bandeira na lua
Conquistar a terra, o céu e o mar
É trinfar com uma riqueza inventada
Enquanto seus próprios valores definham
Aquele garoto com uma bandeira na mão
Deve estar pensando:
Não somos mais os mesmos
Mas vivemos como nossos pais
Línguas
Ainda que eu falasse a língua dos homens
Minhas palavras mudas
Seriam inúmeras
E o som machucaria
Ainda que eu falasse a língua dos anjos
Minhas palavras-músicas
Seriam númeras
E um canto soaria
Ainda que eu falasse a língua dos outros
Sem minha língua
Eu nada veria
Ainda que eu falasse a minha língua
Suas palavras lúcidas
Seriam loucas
E eu nada entenderia
Mesmo se eu falasse a minha língua
E cantasse com os homens
Visse os outros
E entendesse os anjos
Sem amor, eu apenas me machucaria
Aos diversos gênios que tem alimentado minhas vontades.
Minhas palavras mudas
Seriam inúmeras
E o som machucaria
Ainda que eu falasse a língua dos anjos
Minhas palavras-músicas
Seriam númeras
E um canto soaria
Ainda que eu falasse a língua dos outros
Sem minha língua
Eu nada veria
Ainda que eu falasse a minha língua
Suas palavras lúcidas
Seriam loucas
E eu nada entenderia
Mesmo se eu falasse a minha língua
E cantasse com os homens
Visse os outros
E entendesse os anjos
Sem amor, eu apenas me machucaria
Aos diversos gênios que tem alimentado minhas vontades.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
O mundo é pequeno
Quando vejo seu sorriso
Me perco em sentimentos
Abro um sorriso e rio
Olhares são meus documentos
Queria sair daqui
E sumir em você
Libertar o pássaro
Que é o meu coração
E quando te vejo partindo
É como se eu deixasse de enxergar
É como se eu deixasse de chegar
Fico como um avião sem aeroporto
Que quando olha pra baixo
Só vê uma imensidão de infinidades
Acho que eu só queria dizer bom dia, né, amore?
domingo, 18 de setembro de 2011
Menos do mesmo
S
Meu coração bate
Bem mais forte em
Você que não manda em nada
Me faz ficar mais morte
Dá até arrepio na gente
Água correr por teus olhos
Na realidade, quero tua
Boca longe de qualquer sorte
Antes que você me aqueça
Para cada vontade que me vira
Machuco, acerto de ponta
Mando pela minha mão, não cabeça
Cada estalo me faz
Te deixar de gato
Para que eu te tire alma e sapato
Cada gemido teu me deixa
Extasiado, corre de quatro
Que este é o último ato
Me enche com tua vida
Te enlouqueço de amor!
M
Meu coração bate
Bem mais forte do que
Você está tentando fazer
Me faz ficar mais forte
Dá até arrepio na mente
Água escorrendo por meus olhos
Na verdade, tua
Boca é um pedaço do inferno
Então vem e me aqueça
Pra cada vontade, me vira
Me jogo de ponta
Que não manda nada minha cabeça
Cada coisa que me faz
Me faz te chamar de meu gato
Enquanto eu lambo teu pé e sapato
Essa vontade não me deixa
Porque as paredes são de quatro
E me impedem cada ato
Me enche com semente da vida
Me maltrata de amor!
Um poema duplo.
Onde está Rita Lee? Onde está Rihanna?
Onde estão Leo e Bel?
Onde estão Leo e Bel?
sábado, 10 de setembro de 2011
O poeta morreu
A noite existe apenas na cabeça da gente. Podes sair o quanto quiseres para a rua. O problema começa quando queres sair de ti. O escuro é a mais fácil fantasia que se pode vestir, nele tudo está escondido. O que você é continua existindo apenas num canto que ninguém vê.
Quando queres só a luz e, procurando, encontra apenas solidão? E quando o mundo pensa saber quem és, estando tudo escuro? Quando aparece a luz e te cega, te faz ficar tonto, desnorteado, a ponto de não saber mais onde estás? E tentando te olhar no espelho, apenas vês o reflexo de algo que tu nunca imaginaste ser, que nunca foi o que tu quiseste ser?
O quadro na parede parece algo próximo. Aquele sorriso poderia ser seu, e os seus olhos também. A pessoa no quadro é um retrato do que já foste. O que mudou não foi o retrato, foi o pintor.
O poeta não morreu. Só está escondido no escuro tentando ver seu reflexo.
Quando queres só a luz e, procurando, encontra apenas solidão? E quando o mundo pensa saber quem és, estando tudo escuro? Quando aparece a luz e te cega, te faz ficar tonto, desnorteado, a ponto de não saber mais onde estás? E tentando te olhar no espelho, apenas vês o reflexo de algo que tu nunca imaginaste ser, que nunca foi o que tu quiseste ser?
O quadro na parede parece algo próximo. Aquele sorriso poderia ser seu, e os seus olhos também. A pessoa no quadro é um retrato do que já foste. O que mudou não foi o retrato, foi o pintor.
O poeta não morreu. Só está escondido no escuro tentando ver seu reflexo.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Goste
Gosto de ver o teu sorriso
Envaidecido com os meus olhos
Mostrando e gostando
No canto da boca do teu riso
Deliciando durmo
Quando vês, sumo
E o teu gosto,
No meu sonho, ganho
Olho, te amo,
Te vejo, te digo,
Me penso e me grito
Goste ou não goste
Gosto
E sou feliz assim
Naturalmente.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Insônia de você
Aquela noite parecia dia
Teus olhos irradiavam desejos
O calor fazia o inverno esquecer
E eu queria deixar de lembrar que já ia
Parecia que não te conhecia
Mas sabia que não tinha volta
Como lidar com essa emoção nova?
Bom que a gente se reencontraria
Esta sintonia me devora
Eu queria pôr a mesa
Só pra você comer
Agora, passo noites verdadeiras
De noite na cama, pensando
Morrendo de vontade de você
Obrigado, Caê.
Dedicado a uma nova emoção! Quem fez, vai entender. :D
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Outro conto
Não era um
Não era duas
Não era confusão
Não era mais mentira
Prático e Exagerado
Carinhoso (Tímido)
Inteligente - Racional
Passivo, Atuante
Político Ingênuo
assim ele era
jogado ao Léu
Emocional e Explosiva
Ativa - Conduzida
Prática (Carnal)
Inconstante, Envolvente
Artista Influente
assim ela era
ao seu Bel prazer
não eram dois
eram Um
Diziam os Titãs: "O que não é o que não pode ser, que não é?". Eu digo que é.
Dica: Observem as maiúsculas.
sábado, 16 de abril de 2011
Arrepio
Eram onze horas, já se aproximava o horário de almoço. Desde o início da manhã - não havia ainda tomado café -, eu tentava resolver um problema, sem sucesso. Meu trabalho sempre me foi satisfatório e aquele problema me incomodava. Não faz sentido, eu dizia, continuando a procurar cabelo em ovo.
Entretanto, minha cabeça girava em torno de dois problemas, que se entrelaçavam e me rompiam mutuamente. Eu estava apaixonada, era verdade. Aliás, era tanto uma novidade quanto a forma como ele lidava comigo. Ele estava diferente, comentava minhas mudanças para mim e para os outros com elogios discretos. Isso me confundia, de certa forma, talvez ele sempre fosse assim e apenas agora o visse com outros olhos.
Então, tive a impressão de que algo iria acontecer. Todos combinavam um almoço fora, certos da presença de todos. Eu tinha outros planos, porque a ânsia de resolver meu problema era grande. O relatório estava pronto, mas em algum ponto desandava e eu não conseguia obter meu resultado, que era óbvio, mas devia ser demonstrado. Ele deliberadamente não se pronunciava sobre o almoço, até que o convidaram objetivamente. No que ele recusou, insistiram pedantemente - diziam que ele não se misturava - pela sua presença, no que ele comentou brevemente sua insatisfação com o lugar escolhido. Eu também havia rejeitado o convite, pois devia terminar o relatório o quanto antes possível, como se fossem informações desconhecidas de meus superiores.
Todos já haviam saído para o almoço e chegava o meio-dia quando consegui terminar meu relatório. Aliviada, imprimi e levei à minha chefe, que já havia saído para almoçar. Este formato de hierarquia sempre me pareceu estúpido, ainda mais quando vai além de ser ineficaz e prejudica a vida dos subordinados. Entretanto, sabia insconscientemente, desde quando acordara, que seria um bom dia.
Quando voltava à sala, meu colega estava se ajeitando para sair. Eu comentei contente de ter resolvido meu problema, mas demonstrando incômodo pela falta de consideração da chefia. Eu senti no olhar dele a vontade de me retribuir, quando me convidou para acompanhá-lo durante o almoço. Estou livre, respondi, como um jeito de dizer que não tinha outros planos, vamos, continuei. Ele então mostrou uma face enigmática, enquanto seu corpo se levantava e seu braço cruzava minhas costas repousando no meu ombro, me dirigindo em direção à saída. Ele se mostrava imponente, era mais alto e muito mais forte do que eu. Estava protegida, acolhida, tão próxima dele, cada vez mais sentimental.
Fomos assim até seu carro. Ele entrou e por dentro abriu a porta para mim. Logo nos ajeitamos, ligou o carro e o rádio e partimos. Começamos a andar por ruas desconhecidas quando começou a tocar uma música linda. Fiquei arrepiada, esta música me deixa sempre emocionada. Ele notou, constrangido, e segurou minha mão muito sem jeito. Meus olhos deixaram de ficar embargados e começaram a chorar. Fiquei envergonhada e queria muito expor meus sentimentos e por isso chorava mais, pois estava brigando comigo mesma.
Ele então desligou o rádio e sorriu. Naquele momento, só queria que ele soubesse como o quero tanto. Chegamos no local. Ele realmente tem bom gosto e fez muito sentido sua escolha, além de demonstrar o quanto era seguro de si. O local era espaçoso, confortável, organizado e bem decorado, tive uma ótima impressão de lá. Sentamos à mesa e logo fomos nos servir. O buffet era completo e tinha os pratos que adoro.
Voltamos à mesa e à medida que comíamos, começamos a conversar. Divergíamos sobre assuntos aleatórios, enquanto ele demonstrava sua insatisfação, acredito que fosse sua vontade falar sobre a situação que ocorrera no carro. Assim, puxei assunto sobre a música que havia iniciado tudo. Ele dizia ter se assustado, com uma expressão enternecida, no que me expliquei dizendo que aquela música era muito bonita e que me emocionava fácil. Pausamos brevemente a conversa, até que ele, baixinho, com uma insegurança nítida em sua voz, fala exatamente assim:
- Tu não tava chorando até eu tocar em ti.
Tive a impressão de que ele se arrependera disso e fiquei impactada. Ele havia notado como ele fazia diferença para mim. Sorri acoada, tentando disfarçar o medo e lhe respondi um simples "é verdade". Tinha vontade de contar para ele, de gritar para todo mundo o que me faria bem, porém fiquei apenas com o queixo apoiado sobre as mãos entrelaçadas como uma cama suspensa por pés que eram meus cotovelos e fiquei em transe olhando nos seus olhos. Na cultura oriental, diz-se que os olhos são a janela da alma.
Acredito que ele entendera a mensagem. Voltamos muito mais soltos, enquanto ele me contava de algumas particularidades íntimas. Trabalhamos a tarde inteira numa rotina comum. Eu estava dispersa nos meus pensamentos, nas minhas vontades. Era fim do expediente e liguei o rádio. A música estava tocando novamente e tornei a ficar sentimental.
Estávamos todos de saída, a sala sempre é fechada no mesmo horário. Ele me acompanhou até a saída. Ele foi comigo até a parada de ônibus, todos se despediram e ficamos a sós. Timidamente segurou meus cabelos e me perguntou ao pé do ouvido se tinha algum programa para a próxima sexta após o serviço. Eu fiquei arrepiada e balbuciei que ainda não tinha qualquer plano. Ele, num tom sedutor, retrucou pedindo que eu não marcasse nada. Eu o olhei, desconstruída, aceitando seu convite implícito com uma piscadela.
Meu ônibus chegou, nos despedimos afetuosamente. Subi no ônibus, paguei minha passagem e sentei na janela. Notei que ele ainda me olhava, mas petrificada mirei apenas a frente do ônibus. O sinal abriu e logo estava em movimento. Olhei pra trás e vi seu olhar. Retribui com um um leve aceno com a cabeça. Estava novamente arrepiada, sem acreditar no que havia acontecido. Estava enebriada, sem saber o que estava por vir. Outro problema estava resolvido, mesmo que, repetidamente hoje, o resultado ainda não tivesse sido apreciado, desta vez isto não era incômodo, era reconfortante.
Obrigado, Coldplay.
domingo, 10 de abril de 2011
Quando fui minha
Mudando de ares, desta vez, um pequeno conto.
Quando fui minha
Acordara, distraída por uma música, de um sono profundo. A luz do sol espantava minha preguiça. Sentia-me nova, saciada e feliz. Levantei e olhei em volta, nada me parecia diferente, exceto eu. Mas por que minha cama está assim? Alguém esteve aqui que não fosse eu? As perguntas me embaralhavam a cabeça enquanto escutei barulhos vindos da cozinha. Minha atenção dispersa a música suave que tocava dentro de mim, porque agora estava focada nesta nova sensação.
Algo está acontecendo, o que fiz? De alguma forma, tudo mudou. Eu estou sozinha em mim mesma, mas há alguém junto comigo nesta casa. Junto minhas roupas do chão - eu nunca as jogo no chão - e me ajeito tranquilamente, afinal, não deve ser nada de perigoso. Aliás, o que fiz ontem? E só agora essa pergunta me aparecesse. Continuo calma, sempre confiei em mim, que nada de tão severo devo ter feito.
- Tá acordada? Da cozinha, surge a voz de um homem, num tom ligeiramente gentil.
Quem será este cara? Pergunto a mim mesma sem resposta. Era uma voz bastante agradável, é verdade. Era forte, clara e arranhada, assim como ele deveria ser. Quem será? Quem será? Fico sem resposta para mim e para ele. Talvez um minuto tenha se passado e eu sentada na beira da cama, com as roupas no colo e com uma ótima sensação de completude, fico a pensar em tantas qualidades para ele, ao mesmo tempo em que a janela aberta me chama a atenção para o lindo dia que se abre lá fora.
- Oi, linda, tá com fome? Pergunta ele com uma intimidade interessante.
Continuava sem respostas. Ele havia aparecido à porta do quarto, inclinado, só podia observar sua face. Seus traços retos, olhar fixo, lábios pálidos e uma expressão tão convidativa. Minha posição se desfez, e respondi, como se tivesse um reflexo retardado pela sua beleza, que sim, estava com fome. Ele abriu um sorriso e voltou à cozinha. Seus passos eram marcantes e ouvi cada um deles ecoar no corredor.
Quem era aquele lindo homem? Nem me importava mais o que estava fazendo em minha casa, só me importava quanto tempo ainda ficaria. Ele assoviava a música que há instantes me despertara. Não era apenas uma sensação na minha cabeça, vinha, feliz, da cozinha. Isto me deixava mais completa, não era mais um devaneio, não era um sonho, era real.
Vestida apenas com a roupa de baixo - lembro que ele já conhecia minha intimidade - me levanto e observo o dia. Tudo continuava lindo, a luz do sol me aquece e a árvore à frente ri ao sabor do vento. Passam se vários minutos e vou relembrando de cada momento do dia, e da noite, anterior. Engraçado como passam diversas cenas não importantes. Tudo tão corriqueiro que eu devia me sentir normal hoje, e era isso que me era estranho. Cessa a música e o som das folhas soa mais forte. Eu estava contente, feliz, aberta e viva.
A mão dele me toca nas costas, eu me viro rapidamente, surpresa por não ter notado a entrada dele no quarto. Foi como ele havia entrado em minha vida, tudo tão normal, tudo tão bom. Ele, então, sussura ao pé do ouvido: deita, o café está pronto. Esboçando um meigo sorriso, eu ligeiramente me sento, reclinada, apoiada por travesseiros, numa posição entre o deitado e o sentado.
Assim, ele, mecanicamente, eleva a bandeja que estava sobre a cômoda e me serve, ao colo, o café-da-manhã que havia preparado. Ele me servira uma xícara de café com leite e outra de café, duas torradas abertas pouco recheadas e duas frutas. Tive a impressão de que o café não era feito só pra mim, e logo após eu erguer a xícara de café com leite, ele completamente deitado de lado, apenas de cuecas, com a cabeça apoiada na mão fechada e cotovelo apoiado na cama, formando um triângulo harmonioso, destacando o volume do seu antebraço, ergue a taça de café. Enquanto eu estava levando a xícara à boca, parei quando ela tocou meus lábios. Ele estava com um sorriso tão atraente, tão lindo, tão charmoso, que uma pequena vontade me parou os movimentos e tomou conta de todos os meus pensamentos.
Brigando comigo mesma para não me entregar desta forma, desviei rapidamente o olhar daquela face, percorrendo todo o seu corpo - era como em antigas estátuas renascentistas em todas as suas verdades, definições e nuances - passando pelas minhas pernas - meu senso de sedução alertou fortemente que queria escondê-las, numa vontade de que fossem redescobertas e logo as tapo com o lençol habilidosamente com os pés - e passo a olhar o espelho que fica de fronte à cama. Que cena mágica! Eu o vi me devorar com seus olhos castanhos e o cabelo ainda desalinhado. Ele comia uma das torradas, enquanto eu peguei uma das frutas e olhei para ele. Mantivemos os olhos fixos um no outro, como que conversando o que nunca havia sido dito e que já sabíamos. A única coisa que intervia no nosso silêncio era ainda o barulho do vento nas árvores.
Enquanto eu saboreava a situação - restava em mim também o sabor da noite anterior - ele, num interesse claro, pergunta:
- Quantas vezes ainda vou poder ver seu lindo sorriso? Num lisonjeio que me deixou mole e derretida, fiquei entregue. Ele me fisgou e sua mão se moveu rapidamente largando a torrada, enquanto a outra destapava as pernas que eu recém havia coberto.
Terminamos o café-da-manhã tão depressa quanto no unimos novamente. A continuação foi de um carinho tão grande, de uma suavidade tão imponente, de uma gentileza tão determinada que eu berrei sons ininteligíveis para qualquer estranho a nós, que sabíamos o quanto um estava agradando ao outro.
Ele foi para o banheiro, ligando logo o chuveiro. Só então me dei conta de que já passava das dez horas da manhã. Por mais rápido que ele tenha se arrumado, foi grande o tempo para mim. Continuava sorvendo aquela situação, me deliciando com cada momento, com a certeza de me fazia muito bem gostar de mim, sabendo que assim podia gostar dos outros.
Ele saiu do banheiro pronto, de uma maneira impecável, com um porte alinhado e uma expressão de confiança. Talvez para que eu confiasse nele, entretanto uma segurança se traduzia nas suas palavras, às quais eu estava totalmente alheia, em negação por todo o tempo em que ele falava. Ele demonstrava confiar em si mesmo, como se tudo em volta fosse uma escolha sua. Então, entendi porque tudo estava diferente.
Sorrateiramente, deslizei e peguei a chave da porta. Ele me abraçou com uma intimidade, com tanto carinho, que eu transbordava e retribuía seu afeto. A compaixão que fluía entre nós dois era tão corrente que poderia quebrar um coração de pedra. Nos despedimos sabendo que algo de um no outro restara guardado.
Só agora lembro que ele dizia que queria ir embora, e percebo que ele estava certo em si, porque ele também havia escolhido aquilo tudo. Sentia me completa em mim mesma. Havia sido minha e só assim havia sido sua.
De que serve a arte se ninguém puder apreciá-la?
sábado, 29 de janeiro de 2011
Não sei se sou eu ou se é ela
Não sei se sou eu ou se é ela
Que quando passa sorri
E o sorriso acompanha o vento
O vento acompanha a palavra
A palavra acompanha a boca
E a boca apenas arranha
Não se sou eu ou se é ela
Que contagia a todos com alegria
E na alegria, piadas verdes
Outros pensamentos
Novos sonhos
Realidades novas
Não sei se é ela ou se sou eu
Que brinca com a superfície da máscara
E sopra num canto lá do fundo
Onde nunca se viu no mundo
Tamanha bondade no coração
Pela última vez
Não sei se sou ela ou se sou eu
Que quando olha no espelho
Parado, se pergunta
Será que sou ela ou será que ela sou eu?
Obrigado.
Que te quero bem
Hoje eu vi o sol do meu dia nascer
Enquanto rodopiava, o mundo girava
E ria, falava e te olhava
O dia passava e fui descansar
Eu despertei e te vi tão doce
E te acordei
Pra te dizer
Que te quero bem
Depois fui trabalhar e esquecer
Que pensavas em mim o dia inteiro
Tão logo almoçava tua comida
Chorava, ansioso pra te lembrar
Te ligava tão apressado
E te emocionava, porque era só
Pra te dizer
Que te quero bem
Corria pra estudar, pra nossa vida crescer
Estudava, lia, exercitava
Mas o que eu mais queria
Era melhor te conhecer
E troteava à casa
Gritava do portão
Pra todo mundo saber
Que te quero bem
Obrigado, Kaka, minha inspiração!
domingo, 26 de setembro de 2010
Vento negro
Aqueles árabes
Com seus olhos de águia
Brilhavam no horizonte
A procura de ouro
Aqueles brancos
Com suas espadas de fogo
Que vinham de longe
Querendo-me o sangue
Vento negro
Sopra nos meus ouvidos
Conta tudo o que vai acontecer
Aquele povo amerelo
De sorriso singelo
Que vive como formiga
Trabalhando pra construir vida
Aquele povo negro
De força estupenda
Rico por natureza
Querendo vencer
Vento negro
Torna o mundo colorido
Que eu quero viver
Aquele povo mestiço
De rosto sempre alegre
Mescla todos os sentidos
Faz da arte, modo de viver
Vento Negro
Dança comigo
Que eu quero esquecer
Onde estão?
Olho pros lados
Mas só vejo a luz do sol
Tento correr, dou voltas, erro, me esborracho
E continuo sozinho
Em cada momento aparece um
Que se vai quando passa oportunidade
Quando é pra sempre?
Onde está a lealdade?
Onde está a vontade de se conhecer?
E de viver junto?
De compartilhar, de trabalhar, de saber?
De escutar, falar, dançar e pular?
Onde estão aqueles passeios?
Onde estão os amigos?
Onde estão?
sábado, 24 de julho de 2010
Não foi
Nasceu, cresceu, viveu
Hoje, não pode mais
Quer correr, Romeu?
Não, não há paz
E como todos, continua
Te vê na rua
E tu continuas desconhecido
Também não deves ter existido
Passa a folha, passa o tempo, passa e nada
Como podes não ver?
E não posso dizer que estás errada
Noto que quanto mais tempo passo vivo
Mais me aproximo da morte
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Nem todo reluz
O que não existe por existir
Existe por não existir
O que vive sem sentir
Sente que vive
O que ama sem amar
É o que mama sem nanar
Quando a luz tocar
A luz vai tocar
e quando o saber nascer
a vergonha vai morrer
O que não é, não é
O que é, pode não ser, mas ainda é
O prato que não é comido
é comida que o mendigo
mendigava sofrido
comigo
Por isso que te digo
Quando a luz tocar
ah, ela vai tocar
toda face vai se iluminar
e as vozes vão falar
Enquanto isso
Apenas grunhidos
Vindos do bichos
São os vícios
sábado, 1 de maio de 2010
Verde
Verde é natureza
Verde é amareloVerde é paraíso
Verde é vida
Verde não é só beleza
Verde não é singelo
Verde não é risco
Verde não é outra briga
Verde, a cor da minha cidade
Verde, em qualquer cartaz:
Ao verde, a minha vida
Verde, que felicidade
Verde é encontrar a paz
Ao ver-te, Verde
Que figura de linguagem bem difícil de trabalhar.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Escolha
No escuro, a sombra de todo mundo é igual
A ignorância não revela a diferença entre o bem e o mal
Distantes, quem é a beleza e a monstruosidade?
No escuro, nenhuma vida é verdade
No horizonte, o que separa o mar do céu?
As crianças nascem sem saber o que é verdade
A noiva, só depois de prometer a vida pode tirar o véu
Olhando para o horizonte, só o escravo sabe onde não liberdade
Se há caminhos na vida, por que não podemos escolhê-los todos?
A luz só pode cegar quem já pode ver
Medo dela é medo de saber quem somos
O limite do homem é o que ele consegue fazer
E a beleza da criança e a inocência da menina
São impulso para que siga a vida
A ignorância não revela a diferença entre o bem e o mal
Distantes, quem é a beleza e a monstruosidade?
No escuro, nenhuma vida é verdade
No horizonte, o que separa o mar do céu?
As crianças nascem sem saber o que é verdade
A noiva, só depois de prometer a vida pode tirar o véu
Olhando para o horizonte, só o escravo sabe onde não liberdade
Se há caminhos na vida, por que não podemos escolhê-los todos?
A luz só pode cegar quem já pode ver
Medo dela é medo de saber quem somos
O limite do homem é o que ele consegue fazer
E a beleza da criança e a inocência da menina
São impulso para que siga a vida
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