sábado, 22 de setembro de 2007

Escolhidos ao léu(Leo)

Aos errantes

Chorando rios; Lendo os navios
Sinto a emoção rolar
Será que não há jeito de me curar?

A natureza sangra a vida que roubamos
Quer de volta e com juros
Os rios choram pelos navios que lemos

São os ventos, são as rochas, é o homem
Quem devasta a consciência universal
Nós erramos e não queremos ver
É a atitude de tanto poder
Que nos controla, que quando não nos comanda
Nos bate, maltrata, faz o que lhe for de juízo
Os rios não dão mais a água poluída por navios

Não quero mais ser humano;
Não quero mais tentar ser a natureza
Eu quero mesmo é viver
E não machucar e roubar como vive o homem
Nem sangrar e ter cólera como a natureza
Talvez não queira mais nem existir
Tamanha a dívida da existência

Quero mesmo é parecer a água de um rio
Cooperando com o navio, parte de mim,
Com força e esplendor."

Homem, mulher, natureza, força e poder.


Querer-te? Provação

"Quero ver teus olhos bonitos
Quero tocar teu corpo
Quero sentir o cheiro do teu cabelo

Meu Deus! O que estou dizendo?
Quero apenas extravasar a emoção que sinto
Quero, mesmo que por um dia,
Saber como é te amar plenamente
Ter no teu sorriso a alegria do dia
Quero-te bem, viva, com sabor de pássaro da manhã
Quero a meu amor tudo que puder haver nesta vida
Quero mostrar-te, ensinar-te a ver como até o diabo é bom

Talvez também não queira nada
Queira guardar para mim o rancor de não amar-te
Mas creio que bom mesmo
Seja aqueles únicos minutos
Em que mesmo fora do sonho
Possa ver-te e adorar-te

É, erro a natureza divina não comete
Erro mesmo é da natureza humana
Que faz tudo o que é puro carnal
E o puro amor que tenho por ti seja banal.

Conclusão? Pra quê?
Só quero mesmo é poder te amar
Seja em sonho, pensamento ou olhar
Sem tornar nunca a perfeição da natureza divina
Num querer sem bem-querer
Querer-te? Provação
Amar-te? Só em coração

E nada mais."

É o medo.

Chuva de mentiras

"A chuva corre sem rumo
Purifica a mentira, restando a verdade
É o prisma que nos deixa sem maldade
Fazendo-nos tomar novos rumos

Mas se a chuva limpa
O sol inspira poetas e poemas
Traz a luz ao universo da metafísica

No dia em que houver o sol e eu quiser a chuva
Esqueço o desespero e me conformo
A chuva enriquece o dia, cheio de nuvens

Então, se por acaso, procurares algo que não há:
Olha em tua volta, como o mundo é bom
Esquece e não lembra mais do que passou."

À Álvaro de Campos.


Métodos da natureza

Chuvinha de criança
Triste, não dá pra sair
-Quero brincar! meu amigos me esperam...
-Não. Está molhado e pode se resfriar!

Buaá, buá. - Não posso esperar
Meu tempo é curto, quero brincar!
-Erro grande, inexperiência
Para brincar o tempo é curto
Para se resfriar o tempo é grande

Passatempo, passa hora e o tédio a encarar
-Quero divertimento, brinquedos, quero brincar!
Brinca filha, quero teu bem, só não vá se resfriar.
O tempo está limpo, podes te sujar."

Era pra ser direcionado a crianças...

Breves momentos

"Era uma vez um coração,
Ele batia tão forte
Que o carro capotou
Ele por muito sangrou
Até que a mente, seu norte,
Apontou a direção

Este sentimento que o derrubou, então
Fora direto à tribuna
Donde recebera o perdão e a solidão

E o agora contido coração
Está no colo da Bruna
Exercendo forte tentação sobre a razão"

Esse foi apenas um erro do percurso. ^^

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