sábado, 3 de maio de 2014

Autumn leaves

In spring she comes
Flowering every tree
Making life appear
In the deep of my heart

So many leaves
To feed her and my dreams
To catch the sun
And carry her and me so high

Then summer comes
And our promises and passion get stronger
It's like some surgery could make her hotter
Or traveling could get us closer

I come next to her
And can't see anything
Than excuses in the clouds
Fear is what I feel

It gets colder than I can think
The sound on the ground
Is the autumn making it fall
It's the autumn leaves

Please, autumn, leave
Leaf through these pages of life
And then, in autumn,
She leaves

Miles Davis was a genius. Anything go away with waters of march.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Saia

Saia, saia
Depois de entrar na minha vida
Saia!

De cabelos cacheados
Um sorriso enigmático no olhar
De costas para um horizonte lindo
Com um rio que se perde nas curvas de seus seios

De blusa, saia e sapato
Vai pra rua intocável
A única coisa que pode movê-la
(para) além dela é o vento

Saia, saia
Depois de entrar na minha vida
Saia

Minha saia balança
Com o som da minha música
Com o movimento dos nossos dedos
Com o flerte dos meus desejos

A vida é um mistério
Todo mundo acaba ficando sozinho
Eu sei que tu me queres
Por que não vens pra minha casa?

Saia, saia
Depois de entrar na minha vida
Saia!

La Giocconda e Madonna.

C'est fini ou La solitudine

Já tinham me dito que o pra sempre, sempre acaba
Mas é tão difícil acreditar, é tão doloroso entender
Um peito frio, desnudo, desmamado, desamado
É o que resta para no meu corpo ser

Se continuarem a dizer que nada vai mudar o que ficou
Eu duvido a cada noite em que desabo chorando
É tudo tão intenso, a verdade marretando meus olhos
E a vontade se esvaindo em culpa e tristeza

Sozinha, sem entender o que é amizade ou o que é amor
Vou deixando a vida
Sem a vida me deixar

É tão natural tudo acabar
Mas como pode não acabar ao mesmo tempo?
O fim tem um fim em si mesmo

Eu dizia Ainda é Cedo.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Eco

Tédio. Vazio. Nulo. Nada.

Só existe o eco onde há paredes
Não há paredes
Só existe o eco quando há o som
Só há silêncio
Só existe o pulso quando o coração bate
O coração congela
Só existe o coração, quando o amor resiste
O amor não existe

Existir é conceito intrínseco da existência
A existência é uma mentira inventada por quem está vivo
Só existe com um fim, um início e um meio
Existir é uma mentira contada por gerações

Será que podemos nominar o nada?
O que seria não existir?
É possível acabar com a existência?
Quantos vivos que não existem e quantos mortos estão aqui, existindo?

O nada engole o vazio da existência
O tédio é nulo, não tem limites porque não existe
Não tem nem mesmo forma sequer na minha imaginação
O tédio é menor do que um ponto na minha mente

O tédio é vazio no meu coração
O medo do tédio é maior do que a minha coragem
A coragem é uma perda da sanidade
Existo até mesmo quando sou vazia

Sou nada e nada existe

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Medo de ter medo

Tenho medo de mim
Porque meu passado é uma condenação
Meu futuro é uma negação
Meu presente é uma mentira

Tenho medo de continuar tendo medo
De que não veja meu passado como a dádiva que é
De que não veja meu futuro como a maravilha que será
De não ver o presente com  lentes de compaixão comigo mesma

O medo de ter medo de ter medo
Faz meus passos serem cada vez mais certeiros
Na minha direção

Meu chapéu é meu cabelo
Minhas unhas são as garras
Com que marco minha pegada

Não são cirurgias
Não são minhas roupas
Nem minha voz
Nem as cores de que gosto
Nem com quem eu ando

Não é de quem eu gosto
(E gosto muito e tanto
Que mesmo qualquer discordância
Soa como uma linda dissonância)

Eu sou quem eu digo que sou
Como faço as coisas
E como sinto o mundo

Sinto minha feminilidade passar por mim
Sinto minha docilidade deixando marcas
Sinto minhas palavras lastreando meus sentidos
Sinto-me

E há quanto tempo não me sentia!
Sinto e sinto-me
Sento-me
Ando-me lá
Vejo-me lá

sábado, 14 de dezembro de 2013

Som

Eu queria fazer uma canção pra ti
Só que meu coração só faz bum, bubumbumbum
O silêncio do vento é um violino natural
O meu grunhido é profundo e leve

No escuro de um coração distante
Se enche o pulmão a cantar
Que o verde é vermelho
Que o amarelo é vermelho
E o resto é mar

As ondas como tambores dão um ritmo calmo e acentuado
Tu apareces no fundo dos meus olhos
As goteiras dos meus olhos não se acalmam
No meu sangue preto de tanto correr
Compassos rápidos de quem vai atrás da vida
Fogem e se escondem dentro de mim

O teu brilho se reflete em Vênus e chega até mim
Fazendo tilintar as taças de vidro ao meu redor
Eu prefiro perder esta realidade a me afastar de ti
E assim tua música se acaba em mim

Pro meu amor, nascer e morrer feliz.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Hoje eu me toquei

Quero um amor com sabor de fruta mordida
Da cor do pecado
Com todos os 12 segundos de escuridão 
Um amor que me faça não saber mais distinguir qual corpo é o teu, qual o meu
Um amor infinito enquanto dure, que arda sem se ver

Quero teu amor quente e frio, molhado e sujo
Um amor melado e despudorado
Violentamente carinhoso
Quero que teu amor exploda em mim!
E que meus pedaços pelos ares toquem de paixão os olhos das pessoas
Um amor mais que meu ou teu, nosso
Plural, único, incomensurável

Hoje me toquei, me amo
Vivi, mexi, gozei!
E por amar a mim, finalmente, depois de tantas décadas,
Posso amar alguém

O teu olhar penetrante e o teu sorriso, amo
Assim me sinto em mim, pra ti e por ti
Sinto e desfoco pra não morrer asfixiada
De tanta compaixão desmedida
Me conhecer é te conhecer e te conheço cada vez mais

O teu olhar demora
Mora no oceano e nas galáxias
Na imensidão do céu da tua boca
Hoje me toquei porque finalmente tenho um corpo
Um corpo meu, me toquei e gozei
Porque me amo e te amo assim também

Dedicado a uma moça de SP que tem um olhar penetrante por debaixo da franja e um sorriso bobo que me faz derreter.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Exemplo

Ah! eu quero parar tudo
Eu quero minha tentação em todes
Eu quero consumir o mundo
Eu quero queimar (a)o meu redor

A dor vem do silêncio
Pois paz sem guerra é medo
Eu quero o fogo que arde sem se ver
Quem sabe quando é o momento de dizer "AGORA"?

Eu quero um beijo ardente
Eu quero um abraço quente
Quero viver a gente

O próximo passo é uma caminhada inteira
A minha vida é uma metamorfose
E tudo o que há pra viver

Luis de Camões, O Rappa, Franz Kafka, Jorge Drexler, Lulu Santos, Sun-Tzu, Renato Russo e eu compusemos este poema. Quero agradecer a todas as pessoas que tem me mostrado e me ensinado novos hábitos, novos pensamentos, novas liberdades, novos respeitos e novas atitudes. A todes vocês, muchas gracias. Exemplos, de fato, é que mudam o mundo.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O rio

O rio que passa em meu corpo
Forte e caudaloso
Lento e meticuloso
O rio é sua água ou seu curso?

O caminho que o rio faz é porque lhe convém
Vai a torto e a direito, sem muita opção
Desce conforme escolhe a montanha
Moldando, desviando e fazendo curvas

Cai até o cume por entre as nuvens
O mundo, muda e inunda de vida
Sempre nova água, sempre a mesma
Em cada gota, em cada onda

Minha essência, minha água, meu caminho
Minha água é outra, minha água é a mesma
Mudo meu caminho em direção à felicidade

Heráclito de Éfeso: "Não podemos nos banhar duas vezes no mesmo rio, porque suas águas não são as mesmas e nós também não somos os mesmos"

terça-feira, 2 de julho de 2013

As chaves

As chaves do medo e da vergonha
Abrem a porta do fracasso
Numa sala escura e cheia de gente
Onde o sono e a tristeza se enchem

Um incentivo amigo,
Um grito e um protesto
São lanternas para chegar do outro lado da sala
Onde a vida e a alegria se mexem

Chaves para juntar meus pedaços
Chaves-mestras, chaves-mães, chaves-pais
Chaves de abrir e fechar

A chave na mão do meu irmão
Chave para o meu passado, para o meu futuro
Chave para meu bem

sábado, 20 de abril de 2013

Antes do fim

Tantas roupas, caras e bocas
Tantos sapatos, beijos e abraços
Tantos cumprimentos, cenas e retratos
Tantas vidas amontoadas no mesmo espaço

Cada passo é uma transição em mim
O espelho já não diz nada
O espelho diz tudo o que não quero ouvir
Um espelho assim

Vidas e vidas em mim mesma
Não resumem tudo o que eu quero ser
Nem o que posso fazer

Um protesto é uma vida inteira
Uma mensagem de independência
Do fundo do meu coração

Primeiro encontro

Meu cabelo balança com o vento
E o toque do teu dedo
É que me faz arrepiar

É na dança, na rua, na chuva
Na mesa, na vida, na tua
Na lua é que está minha cabeça

Um dia eu vou estar à toa
Noutro dia você vai estar
Na minha

Que surja sem medo
Sem distanciamento, sem receio
A mensagem de saber que ele veio

Quando eu tiver voado
E você estiver à toa
Vai ficar tudo numa boa

Num dia tudo é boca
O vestido é dança
Noutro dia você vai estar...

Marisa Monte é fogo que arde mesmo sem se ver.

Espelho quebrado

Há dias em que não me conheço
Me perco em pensamentos
Em ideias fluindo sem começo

Há tempos cansada de tantas máscaras
Tantas piadas, tantas mentiras
Que nem o espelho sabe mais contar

Perdida na minha própria vida
Escondida
Nem eu mesma consigo me encontrar

E a parte mais verdadeira de mim
É capaz de rir e chorar
Chorar e rir sem parar

A mentira é fria
Eu preciso esquentar meu corpo
Minha cabeça não para de girar

Grita! Grita! Quem vai ouvir?
As coisas só mudam pra valer
Quando a gente muda na vida a si mesma

sábado, 26 de janeiro de 2013

Ter ou não ter, eis a questão

Ó, dúvida cruel.
Ter ou não ter, eis a questão!

Que tantas heresias pode cometer a humanidade contra si mesma
Que até mesmo o mais bondoso homem não se compadeça
Nem se enterneça com a vontade do próximo
De se assemelhar por quem se reconheça?

Tentações individuais num mundo moderno
Da divulgação mesquinha da vida alheia
Da intromissão rasteira na identidade verdadeira
De quem não se conforma com as regras impostas

Depois de séculos, agora há permissão para nascer
Apesar da dificuldade para viver
E de tantas heresias para cometer

Ó! Não quero acordar depois que o carnaval acabar
Quando todas as fantasias voltam para o armário
E as máscaras, para suas caras habituais

Ah, Laerte, um gênio!

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Così è l'amore

Meu amor, um pedaço de tudo
Meu amor, mais um mundo
Meu amor, o mundo inundo
Meu amor, assim te imundo

Assim que cada beijo meu se desfaz
Eu perco em mim um pedaço de mar
Se indo cada vida que eu tive, amar
No teu quebra-cabeças, como uma peça a mais

Cada pensamento me faz pensar que sou tua
E que cada momento se resolve em teu olhar
Na vivência da distância, me reflito na lua

A lua que molha tua praia
Só de pensar em ti, se ia cada idéia 
Se ia cada desejo, cada vontade minha 

Ah, estar ébria e ser tua.

domingo, 16 de dezembro de 2012

A novidade

A novidade era o máximo
De tudo o que eu não entendia
A fome expiada na oração
A luxúria, na plantação

Tinham mais comida do que precisavam
Enquanto a novidade vinha dar as caras
Uma novidade ainda rara
De uma vontade que já se ia

A novidade ia passando a olhos nus
Num período em que o mínimo era tudo
E o que eu tenho agora é nada

Um máquina descontrolada governa meu destino
A novidade é uma faca afiada
Apontada para a pobreza

Ah, Gilberto Gil e uma de suas músicas mais geniais

Nada a declarar

Escutava com paciência cada segundo passar
Enquanto a paisagem se mexia a olhos vistos
A onde está indo cada pedaço desta cidade?
Onde posso encontrar um pedaço de mim?

Era um sorriso que abria o mundo
Que se repetia em cada face nova
Que se esvaia em cada passo em direção ao futuro
Que se extinguia como a chama na floresta

Eles corriam freneticamente trazendo o progresso
Fingiam que o bem maior estava por vir
E diziam que um pedaço de papel validava tudo

Eu, paciente da situação,
Aguardava o doutor que me disse
Não tenho nada a declarar

Quando a técnica é sobrepujada pela vontade.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A falta

Não é separação, quando dois ainda se gostam
Não é tempo se os dois ainda querem se ver
Não é medo se o que se sente é prazer
Não é mesmo, mesmo se assim acabe

De longe, a chuva vem molhando a janela
De perto, o vento traz o arrepio
Frio é estar longe de quem se quer bem

Estar longe, mesmo sendo o último
Ser distante, quando o próximo está perto
Saudade, que quer que signifique aos outros

Em mim, meu pedaço a menos
Enfim, ele volta crescendo
No fim, como um ramo de árvore em busca do sol

A falta que a falta faz.

domingo, 22 de julho de 2012

In nome dell'amore

Caminavo tranquila nel parco e ho pensato
Che bella mattina! Il vento nel viso e le parole nella testa
Mi sentivo leggera como il tempo
Stavo ricordando di ieri sera

Lui mi ha chiamato e quando ho girato per vederlo
Nostri occhi si hanno fermato insieme
Un baccio caldo, le mani tremule
É stata la prima volta in che ci conosciamo in verità

Circa noi, solo la nostra intimità e i nostri amici
Parlavano delle bugie sull'innamorati
E se quando finisce l'amore rimane amicizia

Ieri sera, le persone nella sala da pranzo
Erano occupati di nascere e morire
D'amore

Grazie, Rita Lee.

Versão em português:
Em nome do amor

Caminhava tranquila no parque e pensei
Que bela manhã! O vento na cara e os pensamentos na cabeça
Me sentia leve como o tempo
Estava me lembrando de ontem à noite

Ele me chamou e quando girei para vê-lo
Nossos olhos pararam juntos
Um beijo quente, as mãos trêmulas
Era a primeira vez em que nos conhecíamos de verdade

Próximos a nós, só a nossa intimidade e os nossos amigos
Falavam das mentiras sobre os namorados
E se quando acaba o amor, fica a amizade

Ontem à noite, as pessoas na sala de jantar
Estavam ocupadas em nascer e morrer
De amor

Obrigado, Rita Lee. Tá, esse não passou no meu senso de estar bem escrito, mas eu queria treinar meu italiano, hehe. Era um tema muito melhor para um conto, mas por hora ficará assim.

sábado, 26 de maio de 2012

Sente-a

Beija eu
Seja eu
Veja eu e então beija
O que é seu é seu
O seu olhar é seu
O seu beijo
É o seu olhar
O seu olhar é seu
Seu olhar melhora
O meu e o seu

O seu olhar
Beija eu
Deixa eu
Meu olhar no céu
Foi o que se escondeu
Então leia eu
Risca eu
Lembra eu
E lembra do que aconteceu
E só fica comigo
Se eu seja eu

Obrigado Marisa Monte e Arnaldo Antunes. Sua arte me faz melhor. Fico feliz de que eu não consigo querer mal, e mesmo que possa ter acabado, o que foi passado será lembrado. Felizmente não digo que adoro uma pessoa e subitamente não a quero bem. Nunca esqueça, quando estiveres com uma pessoa de quem gostas, sente-a, ;) and keep sweet...

domingo, 13 de maio de 2012

Máscara

Estava sozinho há tempos
Idéias, vontades e desejos não são companhias
E quando dançar se torna uma forma de se relacionar
Escrever se torna uma forma de fugir

Quando eu acho que devo avançar
Tu te escondes e parece que nada é sério
E quando eu recuo, sem saber o que fazer
O ataque é rápido, me perco em nós

Podes ser complicada, confusa, ilógica
Distante, arredia, intensa
E o que faço? Paro de pensar.
Te sinto!

Sem medo e sem pudor
Te adoro
Cada vez mais te conheço
Cada vez mais me conheço

E assim, no Brasil, acaba o monopólio da correspondência. Uma paixão nova, uma sensação nova.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Toda forma de prazer

Eu não presto atenção no que eles dizem,
Eles não dizem nada, não sabem de nada
Maluf e Sarney tiram sarro
De você que não faz nada

Toda forma de poder
É uma forma de prazer por nada
Toda forma de disputa
Transforma a luta em palhaçada

Tudo passa, quem sabe eu passe por aí
E te faça lembrar tudo o que fiz
Tudo passa, eu vou passar aí
E te fazer esquecer

A força se repete
E faz a história mostrar as forças mal contadas
E eu começo a achar normal
Que algum exército atire bombas na faixa de gaza

Tudo passa, quem sabe eu passe por aí
E te faça lembrar tudo o que fiz
Tudo passa, eu vou passar aí
E te fazer esquecer

O fascismo é ignorante
E faz a gente fascinante ignorada
Não me deixam ir adiante
Por que a coisa toda tá errada

Toda forma de poder
É uma forma de prazer por nada
Toda forma de poder
É uma forma de prazer por nada

Em resposta aos arquitetos de tramandaí.

sábado, 3 de março de 2012

Calma

Tudo está em calma
Não há dor, fome ou tristeza
Nem maldade, inveja ou preocupação

O vento passa pelo meu rosto
É como a paz
Sabe quando aquele dedo se acarinha pelo rosto?
É como a paz

Calma, calma
Sempre que penso em ti
Minha vida se faz calma

Sensação tranquila
Que passa pelas minhas vontades
É calma
Que me guia com bondade

Calma ao ver o sol
Ao escutar o mar
Ao sentir teu olhar
Ao nos ver dançar
Ao caminhar na praia
Ao dividir
Ao multiplicar

Calma é estar em si e não em outro lugar
Calma é um pedaço de todas as coisas
Que te deixam calma

Calma,
Não é preciso parar para sentir calma
É preciso ter calma para realmente se desligar

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Metamorfose

Durante o dia, acordei diferente
Era claro e me olhava tanta gente
Que ao me mexer para frente
Escorreguei e cai de repente

Meus pés estavam menores
Minhas mãos mais delicadas
Minhas idéias intricadas
Meus desejos melhores

E saber que a mudança não tem algozes
Faz-me ficar mais dona de mim

A aparência é uma mentira da sociedade
E mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira

Sr. Kafka, grato pela sua literatura. Uma pena não ter sido reconhecido vivo.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Deixe as pedras rolarem

Quando eu corri o mundo
Me apedrejaram e gritaram
Que o demônio estava comigo

Minhas drogas eram de outros
E a violência era só uma forma de expressão

Quando eu mandei no mundo
O mundo se virou contra mim
E mandou por anos
Até que todas as pedras parassem de rolar

Às vezes você me pergunta
Porque eu não deixei as pedras rolarem?
Eu respondo:
Elas estão rolando dentro de mim.

Quando eu corri no mundo
A guerra era uma forma de arte
Amar o próximo
Não é amar apenas o próximo que te ama

Faça o bem
Sem ver a quem
E saiba que o que vem
É gentileza

Às vezes você me pergunta
Porque é que eu não deixei as pedras rolarem
Eu respondo:
Você empurrou as pedras sobre mim,
Ou não?

Let's rock'in roll.

Amado

Quando eu vi os dias passarem
Pela janela o vento soprava novo
E o verde das folhas caia
Enquanto Roma estava fria

Os olhos são cúmplices de que algo se perdeu
O mundo cresce
E você se perdeu

Você me perdeu e não sabe porquê
Olha para os lados e não nos vê
Por quê?

Meu amigo não é deus
Por que deus não existe
Deus fica numa rocha
Longe de onde a gente vive

Minha amiga não é minha
Não porque esquece de mim
Mas porque esquece de si
Hoje, é só um pedaço de minha vida

Quantas vezes me fui amado
E você quis me mostrar como viver
Entretanto, no seu saber,
A vida corria mais rápido que você

Entenda, tive que abandonar
Para não me abandonar
Só então poderei retornar
Com meu sorriso pintado pela fantasia

Ou não

Eu queria ter uns anos 60
Para gritar contra quem faz
Destruir muros
Construir idéias
Abraçar amigos
E desconhecer os mundos

Hoje eu conheço os mundos
E só posso gritar contra quem fez
Os mundos cresceram por sobre mim
Meu som é abafado
Pelo dinheiro de quem fez

Hoje, sou um escravo de ninguém
Sou metal contra seus escudos
Meus golpes são fracos
E minha jornada é dura

Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Anos 60, 60 anos depois
As maiores potências do mundo
São multiculturais
Pois são várias nações unificadas pelo poder

Queria querer soprar setecentas mil vezes
Por mais de zil anos
Toda incompetência e intolerância
Para longe

Enquanto metais brasileiros
Navegam em navios ingleses
Para indústrias na China
Com tecnologia alemã
Para vender nos Estados Unidos

Eu meço minha força
Vejo os mundos e digo:
O mundo é maior do que eu.
Ou não.


Um rap-folk de origem árabe, cantado para eslavos nas terras de australianos com guitarras alemãs e tambores ruandeses.
Nós somos uns boçais.


É proibido proibir

É proibido proibir
Disse o garoto com uma bandeira na mão
Enquanto esperava um líder
Para erguer a sua paixão

Seus símbolos são mais importantes
Que os amigos que tem por perto
E ter um milhão de amigos
É viver na solidão

A luta é tão dual quanto seu pensamento
E estar de um lado
É odiar o outro
Enquanto todos querem a mesma paz

Enquanto o homem não estiver em paz consigo
Só verá guerra
E a paz será uma bandeira na lua

Conquistar a terra, o céu e o mar
É trinfar com uma riqueza inventada
Enquanto seus próprios valores definham

Aquele garoto com uma bandeira na mão
Deve estar pensando:
Não somos mais os mesmos
Mas vivemos como nossos pais

Línguas

Ainda que eu falasse a língua dos homens
Minhas palavras mudas
Seriam inúmeras
E o som machucaria

Ainda que eu falasse a língua dos anjos
Minhas palavras-músicas
Seriam númeras
E um canto soaria

Ainda que eu falasse a língua dos outros
Sem minha língua
Eu nada veria

Ainda que eu falasse a minha língua
Suas palavras lúcidas
Seriam loucas
E eu nada entenderia

Mesmo se eu falasse a minha língua
E cantasse com os homens
Visse os outros
E entendesse os anjos
Sem amor, eu apenas me machucaria

Aos diversos gênios que tem alimentado minhas vontades.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O mundo é pequeno

Quando vejo seu sorriso
Me perco em sentimentos
Abro um sorriso e rio
Olhares são meus documentos

Queria sair daqui
E sumir em você
Libertar o pássaro
Que é o meu coração

E quando te vejo partindo
É como se eu deixasse de enxergar
É como se eu deixasse de chegar

Fico como um avião sem aeroporto
Que quando olha pra baixo
Só vê uma imensidão de infinidades

Acho que eu só queria dizer bom dia, né, amore?