domingo, 26 de setembro de 2010

Vento negro

Aqueles árabes
Com seus olhos de águia
Brilhavam no horizonte
A procura de ouro

Aqueles brancos
Com suas espadas de fogo
Que vinham de longe
Querendo-me o sangue

Vento negro
Sopra nos meus ouvidos
Conta tudo o que vai acontecer

Aquele povo amerelo
De sorriso singelo
Que vive como formiga
Trabalhando pra construir vida

Aquele povo negro
De força estupenda
Rico por natureza
Querendo vencer

Vento negro
Torna o mundo colorido
Que eu quero viver

Aquele povo mestiço
De rosto sempre alegre
Mescla todos os sentidos
Faz da arte, modo de viver

Vento Negro
Dança comigo
Que eu quero esquecer

Onde estão?

Olho pros lados
Mas só vejo a luz do sol
Tento correr, dou voltas, erro, me esborracho
E continuo sozinho

Em cada momento aparece um
Que se vai quando passa oportunidade
Quando é pra sempre?
Onde está a lealdade?
Onde está a vontade de se conhecer?
E de viver junto?
De compartilhar, de trabalhar, de saber?
De escutar, falar, dançar e pular?

Onde estão aqueles passeios?
Onde estão os amigos?
Onde estão?

sábado, 24 de julho de 2010

Não foi

Nasceu, cresceu, viveu
Hoje, não pode mais
Quer correr, Romeu?
Não, não há paz

E como todos, continua
Te vê na rua
E tu continuas desconhecido
Também não deves ter existido

Passa a folha, passa o tempo, passa e nada
Como podes não ver?
E não posso dizer que estás errada
Noto que quanto mais tempo passo vivo
Mais me aproximo da morte

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Nem todo reluz

O que não existe por existir
Existe por não existir
O que vive sem sentir
Sente que vive
O que ama sem amar
É o que mama sem nanar

Quando a luz tocar
A luz vai tocar
e quando o saber nascer
a vergonha vai morrer

O que não é, não é
O que é, pode não ser, mas ainda é
O prato que não é comido
é comida que o mendigo
mendigava sofrido
comigo

Por isso que te digo

Quando a luz tocar
ah, ela vai tocar
toda face vai se iluminar
e as vozes vão falar

Enquanto isso
Apenas grunhidos
Vindos do bichos
São os vícios

sábado, 1 de maio de 2010

Verde

Verde é natureza
Verde é amarelo
Verde é paraíso
Verde é vida

Verde não é só beleza
Verde não é singelo
Verde não é risco
Verde não é outra briga

Verde, a cor da minha cidade
Verde, em qualquer cartaz:
Ao verde, a minha vida

Verde, que felicidade
Verde é encontrar a paz
Ao ver-te, Verde

Que figura de linguagem bem difícil de trabalhar.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Escolha

No escuro, a sombra de todo mundo é igual
A ignorância não revela a diferença entre o bem e o mal
Distantes, quem é a beleza e a monstruosidade?
No escuro, nenhuma vida é verdade

No horizonte, o que separa o mar do céu?
As crianças nascem sem saber o que é verdade
A noiva, só depois de prometer a vida pode tirar o véu
Olhando para o horizonte, só o escravo sabe onde não liberdade

Se há caminhos na vida, por que não podemos escolhê-los todos?
A luz só pode cegar quem já pode ver
Medo dela é medo de saber quem somos

O limite do homem é o que ele consegue fazer
E a beleza da criança e a inocência da menina
São impulso para que siga a vida