segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Sempre alerta

Chovia na cidade
Quando a ponte caiu
A verdade é que nunca te perdoei
Nem sei quando isso vai acontecer
A foto da violência é perene
Da minha memória nunca vai sair

Não é que quis ir embora pra me encontrar
Me fui para que não doesse mais
O amor é condicional
Tuas expectativas são a lei
E teus olhos comprimem
Causam medo, dor

PÂ-NI-CO
Qualquer movimento brusco
Qualquer tom mais áspero
Palavras-sentença
PÂ-NI-CO
Não precisa ser a mão levantada
Basta a reprovação
Símbolo maior da minha negação
 
Hoje me sinto perdida na bagunça que é viver
Os caminhos são tantos e não sei onde há felicidade
Experiências que podia ter vivido antes
Não existia porto seguro pra voltar
Disso, infelizmente, nunca vou conseguir esquecer

Não levanta a voz pra mim
Se não, não consigo te escutar
Eu ainda não consigo confiar
Como poderia confidenciar?

Ainda é tão difícil me sentir una
Sendo sola
Solitude me observa
E me espera
 
Espero que um dia possa sarar
E que tua dureza se amacie
Pra que a gente possa se abraçar

Parada obrigatória

Não consegui dizer adeus
Um furacão correu à nossa mesa
Quis apagar as memórias
E arrancar do peito um pedaço

Entendo a dor que ventos fortes carregam
Calma, tudo se transforma
Talvez um dia tu possa entender
Que também disso eu queria me proteger
 
Eu sei que não merecia isto
Nem a nossa história
Foi verdadeiro e permanece
Cada passo do caminho
 
Deliciosa trajetória
Surpresas e carinho
Distâncias, outras rotas
Calmo permanecer

Desistir não é deixar de amar
Não existe culpa expiatória
Violenta despedida
Parada obrigatória

Há cartas que nunca serão lidas.