domingo, 8 de janeiro de 2012

Deixe as pedras rolarem

Quando eu corri o mundo
Me apedrejaram e gritaram
Que o demônio estava comigo

Minhas drogas eram de outros
E a violência era só uma forma de expressão

Quando eu mandei no mundo
O mundo se virou contra mim
E mandou por anos
Até que todas as pedras parassem de rolar

Às vezes você me pergunta
Porque eu não deixei as pedras rolarem?
Eu respondo:
Elas estão rolando dentro de mim.

Quando eu corri no mundo
A guerra era uma forma de arte
Amar o próximo
Não é amar apenas o próximo que te ama

Faça o bem
Sem ver a quem
E saiba que o que vem
É gentileza

Às vezes você me pergunta
Porque é que eu não deixei as pedras rolarem
Eu respondo:
Você empurrou as pedras sobre mim,
Ou não?

Let's rock'in roll.

Amado

Quando eu vi os dias passarem
Pela janela o vento soprava novo
E o verde das folhas caia
Enquanto Roma estava fria

Os olhos são cúmplices de que algo se perdeu
O mundo cresce
E você se perdeu

Você me perdeu e não sabe porquê
Olha para os lados e não nos vê
Por quê?

Meu amigo não é deus
Por que deus não existe
Deus fica numa rocha
Longe de onde a gente vive

Minha amiga não é minha
Não porque esquece de mim
Mas porque esquece de si
Hoje, é só um pedaço de minha vida

Quantas vezes me fui amado
E você quis me mostrar como viver
Entretanto, no seu saber,
A vida corria mais rápido que você

Entenda, tive que abandonar
Para não me abandonar
Só então poderei retornar
Com meu sorriso pintado pela fantasia

Ou não

Eu queria ter uns anos 60
Para gritar contra quem faz
Destruir muros
Construir idéias
Abraçar amigos
E desconhecer os mundos

Hoje eu conheço os mundos
E só posso gritar contra quem fez
Os mundos cresceram por sobre mim
Meu som é abafado
Pelo dinheiro de quem fez

Hoje, sou um escravo de ninguém
Sou metal contra seus escudos
Meus golpes são fracos
E minha jornada é dura

Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Anos 60, 60 anos depois
As maiores potências do mundo
São multiculturais
Pois são várias nações unificadas pelo poder

Queria querer soprar setecentas mil vezes
Por mais de zil anos
Toda incompetência e intolerância
Para longe

Enquanto metais brasileiros
Navegam em navios ingleses
Para indústrias na China
Com tecnologia alemã
Para vender nos Estados Unidos

Eu meço minha força
Vejo os mundos e digo:
O mundo é maior do que eu.
Ou não.


Um rap-folk de origem árabe, cantado para eslavos nas terras de australianos com guitarras alemãs e tambores ruandeses.
Nós somos uns boçais.


É proibido proibir

É proibido proibir
Disse o garoto com uma bandeira na mão
Enquanto esperava um líder
Para erguer a sua paixão

Seus símbolos são mais importantes
Que os amigos que tem por perto
E ter um milhão de amigos
É viver na solidão

A luta é tão dual quanto seu pensamento
E estar de um lado
É odiar o outro
Enquanto todos querem a mesma paz

Enquanto o homem não estiver em paz consigo
Só verá guerra
E a paz será uma bandeira na lua

Conquistar a terra, o céu e o mar
É trinfar com uma riqueza inventada
Enquanto seus próprios valores definham

Aquele garoto com uma bandeira na mão
Deve estar pensando:
Não somos mais os mesmos
Mas vivemos como nossos pais

Línguas

Ainda que eu falasse a língua dos homens
Minhas palavras mudas
Seriam inúmeras
E o som machucaria

Ainda que eu falasse a língua dos anjos
Minhas palavras-músicas
Seriam númeras
E um canto soaria

Ainda que eu falasse a língua dos outros
Sem minha língua
Eu nada veria

Ainda que eu falasse a minha língua
Suas palavras lúcidas
Seriam loucas
E eu nada entenderia

Mesmo se eu falasse a minha língua
E cantasse com os homens
Visse os outros
E entendesse os anjos
Sem amor, eu apenas me machucaria

Aos diversos gênios que tem alimentado minhas vontades.