sábado, 24 de julho de 2010

Não foi

Nasceu, cresceu, viveu
Hoje, não pode mais
Quer correr, Romeu?
Não, não há paz

E como todos, continua
Te vê na rua
E tu continuas desconhecido
Também não deves ter existido

Passa a folha, passa o tempo, passa e nada
Como podes não ver?
E não posso dizer que estás errada
Noto que quanto mais tempo passo vivo
Mais me aproximo da morte

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Nem todo reluz

O que não existe por existir
Existe por não existir
O que vive sem sentir
Sente que vive
O que ama sem amar
É o que mama sem nanar

Quando a luz tocar
A luz vai tocar
e quando o saber nascer
a vergonha vai morrer

O que não é, não é
O que é, pode não ser, mas ainda é
O prato que não é comido
é comida que o mendigo
mendigava sofrido
comigo

Por isso que te digo

Quando a luz tocar
ah, ela vai tocar
toda face vai se iluminar
e as vozes vão falar

Enquanto isso
Apenas grunhidos
Vindos do bichos
São os vícios