quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Ilusão

Mundos e formas giram em volta de mim
Os desejos me tomam, me transpassam
Não quero acordar, não quero dormir
Não quero viver essa vida

Os remédios me entorpecem
Minha cabeça caótica
Fazendo minha seriedade se diluir
No mar de irresponsabilidades

Erro, erro, erro
Não há um acerto dentro de mim
Não faço o mínimo para trabalhar
Não tenho energia nem vontade

Me destruo e destruo tudo o que construi
O ano novo chega
E eu não quero mais fazer o que faço
Eu não faço mais o que devo fazer

Mais um dia perdido na minha vida
Sem trabalhar, sem estudar
Sem nada, sem sentido
Eu sou a própria ilusão de mim

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Deserto

Gatos e esfinges se confundem entre a areia quente
O camelo em passos lentos
O vento soprando no ouvido
A direção do novo caminho

Frustração! Só há dunas
Não há ombro amigo, nem colo de mãe
Não há água para chorar
É só dormir e deitar

Face a face com o calor escaldante do deserto
Não há nenhum local para chegar
Nenhum sonho para completar

Face a face com minha'lma
Não trabalho, não como, não vivo
Destruo minha vida em cada pegada vazia

domingo, 17 de agosto de 2014

Rosa

Na boca rosa, muitos beijos pra dar
Enquanto Rosa se aquece pra dançar
Gira noite, gira a rosa do povo na rua
Gira em cima do salto, e balança a saia rosa, vamos bailar!

Piso lentamente no caminho
Todo passo é um lento passo rosa
Em cada sonho, um abraço rosa apertado,
Um ombro amigo pra me apoiar

Meu sangue é rosa
Meu cheiro é rosa
Meus olhos são rosa

Sou rosa o tempo inteiro
Sou rosa em todo lugar
Sou rosa por finalmente me amar

domingo, 6 de julho de 2014

Hoje eu não quero ficar sozinha

Eu preciso do teu abraço e dos teus dedos nos meus cabelos
Quero aquele afago sincero e aquele amasso gostoso
Enquanto me vem o toque de queda em teus braços

Deixo teus lábios nos meus
E te permito me explorar
Te sentir, me amar

Deixa estar, que o mar chegando na areia
É tão constante quanto teu carinho entre minhas pernas
Chuva das nuvens aumenta a agitação das águas

Hoje eu não quero ficar sozinha
Não quero voltar a dormir sem ti
Nem a ficar mais um dia sem um pedaço de mim

Sete anos de blog!

terça-feira, 6 de maio de 2014

Não há

Meu corpo é veículo de quem sou
Meu corpo é o único meio de que disponho para existir
Meu corpo, falso e vazio

Estou pegando fogo
Esse corpo não é meu
Eu só queria ter nascido como eu me sinto

Estou congelando
Tudo é tão frio e sem vontade
O escuro e o silêncio são as melhores companhias

Não há!

Me toco e não há nada lá
Me deito, choro e peço a deus
O que nunca vai acontecer

sábado, 3 de maio de 2014

Autumn leaves

In spring she comes
Flowering every tree
Making life appear
In the deep of my heart

So many leaves
To feed her and my dreams
To catch the sun
And carry her and me so high

Then summer comes
And our promises and passion get stronger
It's like some surgery could make her hotter
Or traveling could get us closer

I come next to her
And can't see anything
Than excuses in the clouds
Fear is what I feel

It gets colder than I can think
The sound on the ground
Is the autumn making it fall
It's the autumn leaves

Please, autumn, leave
Leaf through these pages of life
And then, in autumn,
She leaves

Miles Davis was a genius. Anything go away with waters of march.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Saia

Saia, saia
Depois de entrar na minha vida
Saia!

De cabelos cacheados
Um sorriso enigmático no olhar
De costas para um horizonte lindo
Com um rio que se perde nas curvas de seus seios

De blusa, saia e sapato
Vai pra rua intocável
A única coisa que pode movê-la
(para) além dela é o vento

Saia, saia
Depois de entrar na minha vida
Saia

Minha saia balança
Com o som da minha música
Com o movimento dos nossos dedos
Com o flerte dos meus desejos

A vida é um mistério
Todo mundo acaba ficando sozinho
Eu sei que tu me queres
Por que não vens pra minha casa?

Saia, saia
Depois de entrar na minha vida
Saia!

La Giocconda e Madonna.

C'est fini ou La solitudine

Já tinham me dito que o pra sempre, sempre acaba
Mas é tão difícil acreditar, é tão doloroso entender
Um peito frio, desnudo, desmamado, desamado
É o que resta para no meu corpo ser

Se continuarem a dizer que nada vai mudar o que ficou
Eu duvido a cada noite em que desabo chorando
É tudo tão intenso, a verdade marretando meus olhos
E a vontade se esvaindo em culpa e tristeza

Sozinha, sem entender o que é amizade ou o que é amor
Vou deixando a vida
Sem a vida me deixar

É tão natural tudo acabar
Mas como pode não acabar ao mesmo tempo?
O fim tem um fim em si mesmo

Eu dizia Ainda é Cedo.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Eco

Tédio. Vazio. Nulo. Nada.

Só existe o eco onde há paredes
Não há paredes
Só existe o eco quando há o som
Só há silêncio
Só existe o pulso quando o coração bate
O coração congela
Só existe o coração, quando o amor resiste
O amor não existe

Existir é conceito intrínseco da existência
A existência é uma mentira inventada por quem está vivo
Só existe com um fim, um início e um meio
Existir é uma mentira contada por gerações

Será que podemos nominar o nada?
O que seria não existir?
É possível acabar com a existência?
Quantos vivos que não existem e quantos mortos estão aqui, existindo?

O nada engole o vazio da existência
O tédio é nulo, não tem limites porque não existe
Não tem nem mesmo forma sequer na minha imaginação
O tédio é menor do que um ponto na minha mente

O tédio é vazio no meu coração
O medo do tédio é maior do que a minha coragem
A coragem é uma perda da sanidade
Existo até mesmo quando sou vazia

Sou nada e nada existe